Aumentam as tensões e a possibilidade de uma guerra regional mais ampla no oriente médio.
Nas últimas semanas, o conflito entre Israel e o Hezbollah intensificou-se drasticamente, culminando em uma série de ataques que deixaram milhares de feridos e pelo menos 84 mortos no Líbano. A escalada teve início com duas explosões remotas de pagers e walkie-talkies na terça e quarta-feira, respectivamente, em território libanês. Embora Israel não tenha assumido a responsabilidade pelos ataques, tudo indica que o alvo era o Hezbollah.
No início do ano, o Hezbollah alertou seus membros para abandonarem o uso de celulares, temendo que Israel estivesse utilizando sinais de GPS para coordenar ataques e espionar suas operações. Como solução, eles adotaram o uso de pagers antigos, que não possuem microfone, câmera ou GPS, e, portanto, foram considerados uma alternativa mais segura. No entanto, a recente detonação desses dispositivos trouxe à tona um novo método de ataque.
No final de semana, a troca de fogo entre Israel e Hezbollah intensificou-se. O exército israelense conduziu bombardeios aéreos, atingindo aproximadamente 290 alvos, incluindo centenas de lançadores de foguetes pertencentes ao Hezbollah. De acordo com fontes militares israelenses, os ataques são parte de uma nova fase de operações na fronteira com o Líbano e no norte de Israel, que começou após o Hezbollah abrir um segundo front em apoio ao Hamas, logo após o conflito de Gaza.
O Hezbollah respondeu aos ataques com o lançamento de centenas de foguetes, atingindo áreas ao norte de Israel, incluindo uma base aérea em Ramat David. Apesar de muitos foguetes terem sido interceptados pelos sistemas de defesa aérea de Israel, algumas infraestruturas foram danificadas. Em retaliação, Israel lançou novos ataques aéreos em posições do Hezbollah no sul do Líbano.
O aumento nas tensões gerou preocupações internacionais sobre a possibilidade de o conflito se expandir para outros países da região. No Iraque, facções armadas apoiadas pelo Irã, alinhadas ao Hezbollah, lançaram mísseis de cruzeiro e drones explosivos contra Israel como parte de uma nova fase de apoio ao Líbano. A escalada no Líbano, segundo um oficial iraquiano, significa também um aumento da violência no Iraque.
O secretário-geral da ONU para o Líbano, Jeanine Hennis-Plasschaert, destacou a gravidade da situação, alertando que "a região está à beira de uma catástrofe iminente" e que nenhuma solução militar trará segurança para qualquer um dos lados.
Na madrugada de domingo, os bombardeios aéreos israelenses intensificaram-se, com relatos de explosões massivas que iluminaram o céu no sul do Líbano. As autoridades de Israel afirmam que essa nova fase continuará até que seu objetivo seja alcançado: o retorno seguro dos cidadãos do norte às suas casas.
Com mais de 84 mortos no Líbano apenas na última semana, o conflito entre Israel e Hezbollah, o mais grave desde a guerra de 2006, já tirou a vida de mais de 750 pessoas no Líbano desde outubro. A região permanece em um estado de alerta constante, com a população civil deslocada e sofrendo as consequências dessa nova onda de violência.