Rede de restaurantes pretende aguardar o saneamento de suas contas e retomada na economia.
Junior Durski, cozinheiro e empreendedor, não vem passando por um bom momento. Sua rede de restaurantes, outrora em expansão e com planos de entrada na bolsa de valores brasileira, amargou um prejuízo líquido de R$ 115,2 milhões de reais somente em 2021.
Com dívidas que chegam a quase um bilhão de reais - R$ 981 milhões em setembro de 2021 -, segundo matéria publicada no final de 2021 na Folha de S. Paulo, o empreendedor pretende adiar a entrada do Grupo Madero no mercado de capitais e utilizar o próximo ano para pagar as contas que ficaram para trás.
À Folha, a rede de restaurantes afirmou que sua administração considera que as medidas já tomadas e em fase final de implantação devem fornecer à empresa as condições necessárias para honrar os compromissos assumidos nos próximos 12 meses.
Em agosto, o Grupo Madero havia declarado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) o interesse em realizar uma oferta pública inicial de ações na bolsa, em um movimento conhecido pela sigla IPO (Initial Public Offering, em inglês).
No balanço divulgado em 18 de novembro, no entanto, o grupo - que também é detentor da rede de hamburguerias Jerônimo - afirmou que o IPO segue em seu plano estratégico, mas não será feito neste momento. Para realizar a operação, a companhia espera um momento melhor do mercado e a retomada da normalidade das operações, com consequente reflexo em seu Ebitda.
Pandemia e restrições impactaram o negócio
A pandemia, unida à expansão do negócio, teve grande impacto no endividamento contraído pelo Grupo Madero: cerca de 80%, segundo a reportagem publicada pela Folha.
A companhia citou ainda em seu balanço que as restrições que vieram com a pandemia - e impactaram fortemente seu negócio - seguem mudando rapidamente, mas que não há garantia de que novos impactos não possam surgir. A rede afirmou ainda que o fluxo de clientes melhorou, mas segue abaixo da média.
Com 250 unidades espalhadas pelo país, o Madero utiliza o slogan "The best burger in the world" (o melhor hambúrguer do mundo) e tem sede no Paraná. Fundado em 2005, começou como restaurante local e teve rápida ascensão. O grupo já teve até Luciano Huck como sócio, mas o apresentador vendeu sua participação em julho de 2020, por R$ 100 mil reais.