Há oito semanas a moeda acumula perdas que foram agravadas pelo colapso da rede Terra.
Mais uma vez o bitcoin se encontra em queda. Nesta terça-feira (7), a criptomoeda voltou a ser negociada abaixo de US$ 30.000 dólares e investidores voltaram a liquidar seus ativos.
De acordo com a Coin Metrics (empresa de dados de blockchain), o bitcoin sofreu uma queda de 4,8%, para US$ 29.827,50 dólares. Já o Ether, a segunda maior criptomoeda do mundo em valor de mercado após o bitcoin, caiu 4%, para US$ 1.784,43 dólares, também nesta terça-feira.
Atualmente, a Securities and Exchange Comission está investigando o token BNB, emitido pela Binance, que também está sofrendo com acusações de utilização de seu ambiente virtual para lavagem de dinheiro. A criptomoeda, que rapidamente se tornou líder de venda no mercado, já caiu 6% após a notícia.
Depois de ter alcançado uma alta histórica em novembro - de US$ 68.982 dólares -, o bitcoin já perdeu mais da metade do seu valor. Há oito semanas a moeda acumula perdas - e o colapso da rede Terra (responsável pelo token LUNA) contribuiu para sua queda abaixo do suporte de US$ 30.000 dólares.
Tendo em vista que o cenário econômico é incerto, devido aos temores do aumento das taxas, da inflação e do risco de uma recessão, ações não estão em sua melhor performance e as criptomoedas estão seguindo na mesma direção - com uma fuga de capital para a renda fixa.
O S&P (índice com 500 ativos cotados em duas bolsas: NYSE e NASDAQ) caiu mais de 13% somente neste ano. O Nasdaq Composite, focado em tecnologia, foi ainda mais abalado: sofreu uma queda de 23%.
O que dizem os especialistas?
Gautam Chhugani, da Bernstein, destacou em nota alguns fatores que podem ter contribuído para a queda do bitcoin: "o aumento da correlação do BTC (bitcoin) com o patrimônio, o crescimento das transações estagnadas... e o surgimento do ETH (ethereum) como um rival de reserva de valor podem enfraquecer o domínio do BTC".
Já Nikolaos Panigirtzoglou, do JP Morgan, acredita que a criptomoeda irá dar a volta por cima e alcançar uma alta de 30%.
Segundo o analista de mercado de criptomoedas da Bitbank, Yuya Hasegawa, alguns membros do Fed (Federal Reserve Bank - equivalente à CVM do Brasil) acreditam que as taxas ainda podem aumentar durante o verão no hemisfério norte.
"O quanto um aumento de 50 pontos-base pelo Fed em maio poderia suprimir os preços ainda é incerto", afirmou Hasegawa. "Então será difícil abrir novas posições até o anúncio do CPI de sexta-feira (inflação norte-americana). Em outras palavras, o bitcoin pode continuar a flutuar lateralmente até então, mas o mercado deve se preparar para o impacto", disse o especialista.
E você, investe em criptomoedas? O que pensa sobre o futuro do bitcoin?