Por Redação em Quinta, 18 Novembro 2021
Categoria: Mercados

As fintechs estão em uma bolha? Segundo este bilionário, sim

J. Christopher Flowers alertou para sinais de supervalorização nas empresas focadas em tecnologia financeira. 

Para o investidor bilionário J. Christopher Flowers, as fintechs – empresas focadas em tecnologia para o mercado financeiro – estão passando por um momento delicado após a disparada de seus papéis em 2020. Segundo ele, que iniciou a carreira no Goldman Sachs e atualmente, aos 64 anos, é CEO da firma de investimentos JC Flowers & Co, neste momento pode estar surgindo uma bolha no mercado. A declaração foi dada em uma entrevista ao site CNBC.

As fintechs viram seus valores de mercado dispararem em 2020 e algumas empresas até negociaram seus papéis com avaliações mais altas do que os bancos tradicionais. O PayPal, por exemplo, tem atualmente valor de mercado de US$ 242 bilhões de dólares, maior que o Citigroup, que é a maior empresa do ramo de serviços financeiros do mundo, segundo a revista Forbes.

Já a Square, fintech do CEO do Twitter, Jack Dorsey, vale atualmente quase US$ 107 bilhões de dólares, mais do que a US Bancorp, holding detentora da US Bank, o 7º maior banco dos Estados Unidos. A Stripe, empresa privada de pagamentos online, foi avaliada recentemente em US$ 95 bilhões de dólares.

O sucesso e o perigo das fintechs

"Se você olhar para as métricas de avaliação tradicionais - ou mesmo não tão tradicionais -, muitas empresas negociam dez vezes mais do que uma empresa normal negociaria por esse tipo de coisa", afirmou Flowers, que tem experiência no tema: de acordo com a Forbes, o patrimônio líquido do investidor é de US$ 1,2 bilhão de dólares.

"Existem também muitos exemplos de empresas que realmente não são muito boas negociando com altas avaliações", acrescentou ele, sem citar nenhuma companhia especificamente.

O movimento dos investidores, durante a pandemia - quando houve um aumento na demanda por serviços online -, foi migrar para empresas de alto crescimento. O momento de taxas de juros em mínimos históricos e de dinheiro barato - ao menos para quem tem dólar como sua moeda principal - também ajudou as fintechs.

Apesar das declarações, Flowers acredita que ainda dá para lucrar com o setor: "Também existem muitas tendências e oportunidades interessantes em fintech", afirmou. Para ele, os investidores devem se concentrar em empresas do setor de pagamentos ao invés de firmas de crédito. "Os participantes do mercado também devem apoiar fintechs lucrativas em vez de deficitárias", acrescentou o especialista em investimentos.

"As empresas que ganham dinheiro, pelo menos por unidade (…), são muito mais interessantes do que aquelas que dizem que vão ganhar dinheiro, mas na verdade perdem", encerrou Flowers. 

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