Na última segunda-feira, as ações da Suzano, uma das principais empresas de papel e celulose do Brasil, apresentaram uma montanha-russa no mercado
Na última segunda-feira, as ações da Suzano, uma das principais empresas de papel e celulose do Brasil, apresentaram uma montanha-russa no mercado após notícias relevantes sobre suas atividades de fusões e aquisições. Apesar de ter começado o dia com boas expectativas, após o Morgan Stanley elevar a recomendação da empresa para "neutro" e o BTG Pactual reiterar sua recomendação de compra, as ações acabaram fechando em queda.
Essa volatilidade veio à tona principalmente por conta de rumores sobre uma oferta de aquisição feita pela Suzano à International Paper, uma gigante do setor nos Estados Unidos. A oferta, toda em dinheiro, estava avaliada em cerca de 15 bilhões de dólares. No entanto, foi inicialmente rejeitada pela International Paper, o que gerou incertezas no mercado sobre a viabilidade e os benefícios desta grande transação.
Essas preocupações se refletiram diretamente no desempenho das ações da Suzano. Após um leve aumento inicial de 2,22% com as notícias positivas das recomendações, os papéis sofreram uma reviravolta e terminaram o dia com uma queda de 0,78%. A situação se agravou na terça-feira, quando as ações abriram em queda de cerca de 2% e fecharam com perdas ainda maiores de 3,72%, cotadas a R$ 49,15.
O mercado reagiu com cautela às notícias, influenciado também pela movimentação dos ADRs da empresa na Bolsa de Nova York, que registraram uma queda significativa no pré-market, sinalizando uma tendência negativa que se confirmou ao longo do dia.
Analistas do mercado financeiro avaliaram que a tentativa de aquisição da International Paper pela Suzano poderia levar a uma alavancagem maior do que o ideal para a empresa brasileira, aumentando os riscos associados à operação. Além disso, a falta de clareza sobre as sinergias possíveis entre as duas empresas também contribuiu para as dúvidas dos investidores.
Apesar das preocupações de curto prazo, alguns analistas ainda veem um panorama positivo para a Suzano a longo prazo. Relatórios destacam que a ação atingiu um dos menores níveis de múltiplos futuros em anos, indicando uma possível subvalorização. No entanto, os desdobramentos sobre a possível aquisição da International Paper e as implicações para a estratégia de expansão e alavancagem financeira da Suzano devem continuar a influenciar o desempenho das suas ações no curto prazo.
Este cenário demonstra como grandes movimentações corporativas podem impactar a percepção e o valor de mercado de uma empresa, especialmente em setores tão estratégicos e globalizados como o de papel e celulose. A Suzano, mesmo enfrentando desafios no curto prazo, segue como um player de destaque no mercado global, mas terá que navegar cuidadosamente as águas turbulentas das grandes aquisições e da gestão de expectativas dos investidores.