No último trimestre, mais 1,303 milhão de pessoas passaram a trabalhar, segundo IBGE.
O resultado veio em linha com a mediana das estimativas de analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, de 7,9%. O intervalo das previsões ia de 7,8% a 8,4%.
Em igual período de 2022, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 9,1%. No trimestre móvel até junho, a taxa de desocupação estava em 8,0%.
A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.935 no trimestre encerrado em julho. O resultado representa alta de 5,10% em relação ao mesmo trimestre de 2022, de acordo com o IBGE.
A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 286,872 bilhões no trimestre encerrado em julho, alta de 6,20% ante igual período do ano passado.
Taxa de desemprego é a menor para o período desde 2014
A taxa de desemprego de 7,9% no País observada no trimestre até julho foi a mais baixa para esse período do ano desde 2014, quando ficou em 7,0%, segundo os dados da Pnad Contínua, iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O mercado de trabalho manteve a trajetória de redução na taxa de desocupação graças a uma geração de vagas, e não por uma desistência na busca por uma vaga, frisou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.
"Houve crescimento importante da população ocupada nesse trimestre. De fato, há uma melhora da ocupação", ressaltou Beringuy. "A queda na taxa não foi por queda na busca por trabalho, mas principalmente pela melhora no quadro da ocupação".
Em apenas um trimestre, mais 1,303 milhão de pessoas passaram a trabalhar, totalizando 99,334 milhões de trabalhadores ocupados no País. Ao mesmo tempo, 573 mil brasileiros deixaram o desemprego.
A população desempregada desceu a 8,522 milhões, menor patamar na série histórica comparável desde o trimestre até abril de 2015, quando havia 8,153 milhões de desocupados.
O total de inativos também diminuiu no trimestre, menos 349 mil pessoas nessa condição, totalizando 66,878 milhões fora da força de trabalho.
Embora a população inativa permaneça superior à existente em 2019, no pré-pandemia, Beringuy voltou a ressaltar que as medidas de subutilização da força de trabalho mantêm a trajetória de queda.
"As medidas de subutilização vêm recuando assim como a taxa de desocupação", disse ela.
Ainda faltava trabalho no País para 20,330 milhões de pessoas, mas a taxa composta de subutilização da força de trabalho desceu a 17,8% no trimestre até julho, a menor para o mês desde 2015, quando era de 17,7%.
O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar.
A população subutilizada caiu 3,1% ante o trimestre até abril, 642 mil pessoas a menos. O total de desalentados diminuiu em 108 mil pessoas, descendo a 3,661 milhões no trimestre, o menor contingente na série comparável desde o trimestre até outubro de 2016, quando essa população somava 3,640 milhões.