EUA prometem duras consequências caso a invasão do país vizinho se concretize.
O governo russo afirmou nesta quinta-feira (20) que as ameaças do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para a Rússia, não ajudariam a diminuir as tensões na fronteira com a Ucrânia.
Dmitry Peskov, o porta-voz do governo russo, fez essa observação após Biden prever que a Rússia faria um movimento sobre a Ucrânia, alegando que Moscou iria sofrer as consequências caso invadisse o país.
A quantidade de militares russos na fronteira com a Ucrânia virou motivo de preocupação para muitos países, pois existe a possibilidade de Moscou utilizar suas forças armadas para invadir a Ucrânia e impedir sua aproximação com a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Moscou negou tais planos, mas fez ameaças caso o Ocidente não leve em consideração suas exigências de segurança, incluindo acabar com a expansão da OTAN para o Leste.
Após as falas sobre "possíveis consequências desastrosas" de Biden, se referindo a um ataque iminente da Rússia, Peskov disse que "acreditamos que eles não contribuem de forma alguma para aliviar a tensão que agora surgiu na Europa, e que podem colaborar para aumentar a desestabilização da situação".
Entenda o conflito
Desde o final de 2021 a situação é tensa na fronteira entre Rússia e Ucrânia. No momento, há centenas de tanques russos posicionados estrategicamente próximos à fronteira, onde a comunidade internacional teme que possa começar um ataque devido à desconfiança de que a Rússia acredite que parte do território ucraniano deveria ser anexado a seu país.
No dia 10 de janeiro, Estados Unidos e Rússia iniciaram negociações em Genebra, na Suíça, quando o presidente russo Vladimir Putin tentou, sem sucesso, pedir o apoio de Joe Biden durante as discussões relacionadas à não admissão da Ucrânia na OTAN.
Para o secretário de Estado americano Antony Blinken, não se deve esperar progresso nas relações entre Estados Unidos e Rússia enquanto houver tensão na fronteira com a Ucrânia.
Sergei Ryabkov, vice-ministro das relações exteriores e principal negociador da Rússia com os EUA, já havia dito que a Rússia não fará nenhuma concessão sob pressão.