Documento foi divulgado nesta quinta-feira, 28, pelo Banco Central.
O Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado nesta quinta-feira, 28, pelo Banco Central traz pela primeira vez a estimativa da autoridade monetária para a inflação de 2026, com Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 3,1% no cenário de referência. A meta para aquele ano foi definida em 3,0% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em junho, e o governo avisou na ocasião que iria editar um decreto mudando o regime para meta contínua a partir de 2025.
O RTI também trouxe as estimativas do BC para a inflação em 2023 (5,0%), 2024 (3,5%) e 2025 (3,1%).
Essas projeções já haviam sido divulgadas na semana passada, no comunicado da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) que reduziu a Selic de 13,25% para 12,75% e sinalizou novos cortes de 0,50 p.p. nas próximas reuniões.
O cenário de referência utiliza câmbio variando conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC) e juros do Relatório de Mercado Focus.
Para 2023, o centro da meta de inflação é de 3,25%, com piso de 1,75% e teto de 4,75%. De 2024 em diante, o alvo central é de 3,00% com bandas de 1,50% a 4,50%.
No último Boletim Focus, os analistas consultados semanalmente pelo BC estimaram o IPCA de 4,86% em 2023, 3,86% em 2024, 3,50% em 2025 e também 3,50% em 2026.
PIB
De olho na resiliência da atividade econômica, o Banco Central elevou novamente sua estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, de 2,0% para 2,9%. Em junho, a autarquia já havia revisado a projeção de crescimento de 1,2% para 2,0%.
Pelo lado da oferta, o BC alterou a estimativa para a expansão da agropecuária - grande surpresa no primeiro semestre - de avanço de 10,0% para 13,0%, enquanto a revisão para a indústria foi de alta de 0,7% para 2,0%. No caso dos serviços, o BC aumentou a previsão de crescimento de 1,6% para 2,1%.
Em relação aos componentes da demanda, o RTI informou forte alteração de 1,6% para 2,8% na expectativa de crescimento do consumo das famílias e de 1,0% para 1,8% previsão de alta do consumo do governo.
O documento desta quinta indica ainda que a projeção para 2023 da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) - indicador que mede o volume de investimento produtivo na economia - mostrou cenário mais negativo, de retração de 1,8% para queda de 2,2%. Todas as estimativas anteriores constavam do RTI divulgado em junho.
O BC também informou pela primeira vez suas projeções para 2024. Para o PIB total, a expectativa é de 1,8%. Pelo lado da oferta, o BC estima expansão da agropecuária de 1,5%, enquanto, para a indústria, a projeção é de alta de 2,0%. No caso dos serviços, a autoridade monetária prevê crescimento de 1,8% .
Já entre os componentes da demanda, o BC tem expectativa de alta de 1,9% para o consumo das famílias e de avanço de 1,5% para o consumo do governo. Para a FBCF, é esperada elevação de 2,1%, conforme a autarquia.
No Boletim Focus, a mediana é de crescimento de 2,92% para o PIB deste ano e de 1,50% no próximo.