Christine Lagarde afirma que situação esta "controlada"
A inflação do euro alcançou um novo recorde em dezembro, de 5%, e uma das principais causas foi o aumento de preços de energia na Europa. Mas de acordo com a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, dificilmente a inflação na zona do euro chegará aos níveis dos Estados Unidos - que atualmente enfrentam inflação na casa dos 7%. A fala foi durante videoconferência no evento Agenda de Davos, do Fórum Econômico Mundial, nesta sexta-feira (21).
Os níveis de inflação na zona do euro levantaram dúvidas sobre a política monetária do BCE, mas Lagarde defendeu o Banco Central Europeu (BCE), argumentando que a Europa não tem o mesmo pensamento com relação ao "estado de demanda excessiva" dos EUA.
Segundo a presidente do BCE, a demanda estadunidense está atualmente 30% acima dos níveis pré-pandemia. Em comparação, o euro está "quase nos níveis pré-pandemia", afirmou Christine.
"Eu acho que esses dois fatores, se você olhá-los com cuidado, estão indicando claramente que não estamos nos movendo na mesma velocidade, e é improvável que experimentemos o mesmo tipo de aumento de inflação que o mercado americano enfrentou", disse a presidente do BCE.
Nos EUA, recentemente um movimento chamado de "a Grande Resignação" fez com que milhões de trabalhadores largassem seus empregos em busca de melhores condições de trabalho.
Lagarde apontou que o núcleo da inflação nos EUA está em 5,5%, enquanto na zona do euro, marca 2,6%, e completou: "Temos uma orientação para frente que é bastante sólida" disse ela. "E vamos agir, não tenho dúvidas de que assim que os critérios forem satisfeitos, agiremos. Mas no momento eles não estão satisfeitos".
Para a presidente, os europeus foram "vítimas do próprio sucesso'', porque as economias mais avançadas tiveram uma recuperação em que a demanda ultrapassou a oferta. Além disso, problemas como a falta de caminhoneiros prejudicaram ainda mais a situação.
Segundo Lagarde, o BCE não está vendo um movimento sustentável nos preços que possa levar a inflação a sair do controle. Mas ela alertou que pode ser que os planos do BCE sofram alterações ao longo do tempo.
"Depois de concluirmos nossas compras de ativos líquidos, examinaremos outras opções na 'caixa de ferramentas', incluindo elementos nas taxas de juros", afirmou Christine.
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