Fundador do Turning Point USA, ele mobilizou milhares de jovens conservadores, influenciou campanhas republicanas e mantinha forte presença nas redes sociais antes de ser morto em Utah
O ativista conservador norte-americano Charlie Kirk, de 31 anos, morreu nessa quarta-feira (10 de setembro de 2025) após ser baleado durante um evento na Universidade Utah Valley (UVU), em Orem, no estado de Utah.
De acordo com as autoridades locais, um único tiro foi feito de uma posição elevada em um prédio residencial, a cerca de 90 a 180 metros do local. Kirk caiu imediatamente em sua cadeira após o tiro, enquanto falava sobre tiroteios em massa para uma placa de cerca de 3 mil pessoas. Vídeos nas redes sociais mostram que o sangue era visível em seu pescoço.
A esposa e os dois filhos de Kirk estiveram presentes no evento, que marcou o início de uma turnê nacional do Turning Point USA, organização conservadora fundada por ele aos 18 anos para promover princípios de livre mercado e governo limitado em campi universitários. A universidade pediu que os presentes se abrigassem até a evacuação completa do campus.
O FBI afirmou que um suspeito chegou a ser detido, mas foi liberado após prestar depoimento, e que as investigações continuam.
Proximidade com Trump e posicionamentos internacionais
Kirk foi considerado um dos principais articuladores do movimento juvenil nos EUA e um apoiador de destaque do ex-presidente Donald Trump. Ele foi presença constante na Casa Branca durante o governo republicano e teve papel relevante na mobilização de jovens candidatos, especialmente no Arizona, foi crucial para a vitória de Trump.
No início de 2025, Kirk usou seu programa de rádio para pedir que Trump avaliasse a imposição de tarifas ao Brasil. Seu argumento era que medidas desse tipo poderiam impulsionar brasileiras a rever ações do Supremo Tribunal Federal em processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que ele via como autoridades restritivas à liberdade de expressão. O pedido foi amplamente comentado na mídia internacional, mas não foi comprovado em ação formal por parte do governo americano.
Trajetória e legado
Charlie Kirk construiu uma carreira marcada por debates aquecidos em identidade universitária, onde discutiu temas como gênero, mudança climática, valores familiares e políticas públicas. Ele também escreveu o livro The MAGA Doctrine , discursou na Oxford Union e manteve um podcast diário com milhões de ouvintes.
Filho de um arquiteto, cresceu no subúrbio de Chicago, frequentou uma faculdade comunitária, mas abandonou os estudos para se dedicar ao ativismo. Seu estilo direto e sua defesa da liberdade de expressão o tornaram uma figura polarizadora, ao mesmo tempo admirada e criticada.
Donald Trump lamentou publicamente sua morte, ordenando bandeiras a meio-mastro nos EUA e chamando Kirk de “lendário” e “querido por todos”. O presidente Joe Biden também expressou condolências e afirmou que “não há lugar para esse tipo de violência no país”.
Com a morte de Kirk, analistas políticos avaliam que o movimento conservador americano perde uma de suas vozes mais influentes entre os jovens, e seu grupo, o Turning Point USA, enfrenta o desafio de manter sua força sem o fundador à frente.
Com informações de BBC