Levantamento mostra que o poder de compra do real foi bastante reduzido neste intervalo.
O economista Bruno Imaizumi, da LCA Consultores, fez um levantamento considerando a variação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para medir a inflação acumulada desde 1994 até hoje. De acordo com os dados, a soma das taxas de inflação nesse período chegou a 653%.
Com a alta da inflação, o poder de compra dos consumidores diminui. Por isso, R$ 100 reais hoje compram o mesmo que poderia ser adquirido por R$ 13,91 reais há 28 anos, descontada a inflação.
No levantamento também consta o cálculo reverso, que mostra que R$ 100 reais em julho deste ano valeriam em torno de R$ 748 reais no mesmo mês em 1994.
O salário mínimo também sofreu alterações neste intervalo de tempo, a fim de acompanhar a inflação. Houve um aumento de aproximadamente 1.770%, passando de R$ 64,79 reais para R$ 1.212 reais.
"Por mais que a gente tenha observado uma escalada dos preços nos últimos 28 anos, de forma geral, o salário mínimo também cresceu nesse período. O problema é que nos últimos dois, três anos, o brasileiro vem perdendo poder de compra dos dois lados, com uma recomposição da renda insuficiente para compensar a alta dos preços de itens básicos, como alimentação e energia", analisou o economista, em fala para a Folha de S. Paulo.
Imaizumi também destacou como a queda do poder de compra prejudica ainda mais a população com menor poder aquisitivo, que acaba tendo que recorrer a produtos de menor qualidade por terem preços mais acessíveis.
De acordo o indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor, o Brasil bateu seu recorde de inadimplentes em maio, com 66,6 milhões de devedores.
Segundo a reportagem da Folha, a persistente pressão inflacionária é a principal razão do número alto de inadimplentes, já que faz os preços de serviços e bens essenciais, como plano de saúde e alimentação, aumentarem.
O Banco Central (BC) vem tentando controlar a inflação desde o começo do ano, elevando a taxa básica de juros (Selic). Atualmente, ela está em 13,25% - e deve subir mais nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).
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