Goldman Sachs diminuiu as previsões de crescimento econômico dos Estados Unidos após fala de senador.
O banco de investimentos multinacional Goldman Sachs diminuiu as previsões de crescimento econômico dos Estados Unidos para o ano que vem. A ação veio após a fala do senador Joe Manchin, que afirmou que não vai apoiar o projeto de lei de gastos do presidente Joe Biden que iria custar US$ 2 trilhões de dólares.
Ao todo, foi prevista uma redução da alta do Produto Interno Bruto dos EUA de 3% para 2% no primeiro trimestre do ano que vem. Para o segundo trimestre a redução foi de 3,5% para 3% e para o terceiro de 3% para 2,75%.
Segundo a equipe do banco de investimentos, a promulgação do BBB (Build Back Better) já parecia um perigo e, à luz dos comentários de Manchin, a previsão foi ajustada para remover a suposição de que o projeto se tornará lei.
O senador afirmou para a Fox News Sunday que após cinco meses de negociações e debates com o seu partido, ele não poderia "votar para continuar a proposta". "Eu simplesmente não posso. Eu tentei de tudo que era humanamente possível. Eu não consigo chegar lá", disse Manchin.
Dificuldades para Biden
O governo Biden não possui a maioria dos votos no Senado, que está dividido em 50% com seus opositores, os republicanos. Portanto, o voto do senador Joe Manchin seria essencial para que o projeto fosse aprovado.
Jan Hatzius, economista-chefe do Goldman Sachs, apontou que ele e sua equipe já esperavam um impulso fiscal negativo para 2022, como resultado do enfraquecimento do programa de alívio de covid-19 existente em 2020 e 2021. "Agora, sem a aprovação do BBB, esse impulso fiscal se tornará um pouco mais negativo do que esperávamos", afirmou o especialista.
Para a equipe do banco, no entanto, embora o BBB em sua forma atual pareça improvável, ainda há "uma boa chance de que o Congresso promova um conjunto muito menor nas propostas fiscais, lidando com incentivos à manufatura e questões de cadeia de suprimentos".
Os especialistas já haviam reduzido as previsões dos EUA para 2021 e agora fazem o mesmo para 2022. Em outubro já havia sido feita uma mudança na previsão por conta de preocupações relacionadas à recuperação dos gastos do consumidor.