Presidente do Federal Reserve destaca cautela nos cortes de juros e alerta para riscos entre crescimento, emprego e inflação nos EUA
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou nesta terça-feira (14), que o ciclo de redução do balanço patrimonial do banco central dos Estados Unidos (quantitative tightening) pode estar próximo do fim.
Em discurso na National Association for Business Economics, em Filadélfia, Powell destacou sinais de aperto de liquidez, como o aumento das taxas de recompra (repo) e pressões temporárias nos mercados financeiros. Ele ressaltou que o Fed precisa manter reservas suficientes para controlar as taxas de juros de curto prazo e enfatizou o sucesso do sistema atual de reservas amplas na execução da política monetária e na estabilidade financeira.
Powell reconheceu uma desaceleração significativa nas contratações nos Estados Unidos, indicando riscos para a economia e sugerindo que o banco central provavelmente reduzirá as taxas de juros mais duas vezes em 2025. Apesar de dados limitados devido a uma paralisação do governo federal, o presidente do Fed afirmou que não houve mudanças significativas nas perspectivas econômicas desde setembro, quando o Fed fez seu primeiro corte de juros do ano. Ele destacou que o banco central está atualmente mais preocupado com o emprego do que com a inflação, que subiu para 2,9%, em grande parte devido a tarifas, embora não haja pressões inflacionárias mais amplas.
Analistas avaliam que as declarações de Powell refletem uma postura cautelosa, com atenção aos sinais de desaceleração econômica e ao impacto das condições financeiras sobre empresas e famílias. O discurso foi interpretado como um indicativo de que o Fed pode estar se aproximando de uma fase de estabilidade em sua política monetária, mas ainda longe de cortes de juros agressivos.