Apenas 15% da população brasileira conta com o serviço.
Existe uma diferença cultural na contratação de seguro de vida nos países desenvolvidos e em países em desenvolvimento. Os moradores de países menos abastados não possuem o hábito de adquirir um seguro de vida - e isso ocorre devido à situação socioeconômica e pela falta de informação.
No entanto, durante o período pandêmico, a busca por seguros de vida cresceu significativamente no Brasil. Segundo dados preliminares divulgados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) no final de 2021, a arrecadação vinda de seguros foi de R$15,03 bilhões de reais apenas nos primeiros oito meses do ano. Houve um aumento, em comparação ao ano de 2020, de 17,4% nas aquisições.
O relatório do Susep apontou que a sinistralidade do seguro de vida, de forma individual ou em grupo, chegou a um montante de 75,3% em agosto - e mesmo com esse aumento, uma reportagem da CNN alegou que somente 15% da população brasileira possui um plano de seguro de vida.
Mercado internacional
A realidade é muito diferente nos países mais desenvolvidos. Lá, a contratação de seguros de vida ocorre em massa. No Japão, a porcentagem de pessoas que possuem esse seguro chega a 90% da população. Já nos Estados Unidos, a porcentagem corresponde a 70% dos habitantes.
Segundo o relatório, a razão pela qual alguns países possuem uma grande parte da população com seguros de vida e outros países com apenas uma pequena parcela da população contratando o serviço pode ser explicada pela cultura, falta de informação e situação socioeconômica do país.
Seguros no Brasil
Para o advogado Antonio Penteado Mendonça, em entrevista para o site especializado em seguros Segs, existem diversos fatores que podem explicar as diferenças culturais nas contratação de seguros entre os que residem em países desenvolvidos e os que residem em países em desenvolvimento.
"Uma resposta comum é a diferença de educação e, consequentemente, das noções de proteção e solidariedade que estão na base do seguro", apontou Mendonça.
Em relação à falta de informação, outra bastante comum e relativamente verdadeira razão é o "completo desconhecimento do que seja seguro por parte importante da população", disse o advogado.
Mendonça ainda lembrou que a questão socioeconômica e o poder aquisitivo podem dificultar a contratação do serviço, com os potenciais compradores de seguros precisando usar seus recursos para satisfazer necessidades básicas.