Por Redação com Estadão Conteúdo em Sexta, 06 Outubro 2023
Categoria: Economia

Payroll surpreende e aumenta o dobro do esperado; veja os números!

Folha de pagamentos não-agrícolas dos EUA influencia na política de juros do país e nos seus investimentos.

A economia dos Estados Unidos criou 336 mil empregos em setembro, em termos líquidos, segundo dados publicados nesta sexta-feira, 6, pelo Departamento do Trabalho do país. O resultado superou de longe as expectativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que previam geração de 140 mil a 250 mil postos de trabalho, com mediana em 175 mil.

Já a taxa de desemprego dos EUA ficou em 3,8% em setembro, inalterada em relação a agosto. Neste caso, o consenso era de queda da taxa a 3,7% no mês passado.

O Departamento do Trabalho também revisou para cima os números de criação de empregos de agosto, de 187 mil para 227 mil, e também de julho, de 157 mil para 236 mil.

Em setembro, o salário médio por hora teve alta de 0,21% em relação a agosto, ou US$ 0,07, a US$ 33,88, variação que ficou abaixo da projeção do mercado, de 0,30%. Na comparação anual, houve ganho salarial de 4,15% no último mês, também inferior à previsão de 4,30%.

Mercado de trabalho aquecido é problema?

Os dados de hoje mostram um mercado de trabalho ainda extremamente aquecido, o que preocupa especialistas à medida em que mostram resiliência da economia norte-americana, o que, por sua vez, pode fazer com que o Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, mantenha os juros da economia altos por mais tempo, ou mesmo ainda realizem mais altas nos juros, que hoje já se encontram entre 5,25% e 5,50% ao ano.

A última vez em o Fed foi tão agressivo com os juros, a taxa de fundos chegou a 6,5% - e o banco foi forçado a recuar apenas sete meses depois, devido a uma combinação de recessão com os ataques terroristas de 11 de setembro, em 2001.

Reação dos mercados

Os futuros do mercado de ações dos EUA se tornaram fortemente negativos após a divulgação do relatório - e os rendimentos dos Treasuries (os títulos do tesouro norte-americano) dispararam. Os futuros do Dow Jones Industrial seguiram no negativo, enquanto o rendimento do Tesouro de 10 anos disparou 0,17 ponto percentual, para 4,87%, acima dos níveis mais altos desde os primeiros dias da crise financeira, segundo o site especializado CNBC.

Sobre o futuro da curva de juros, "estão claramente aumentando as expectativas de que o Fed não tenha terminado", afirmou Liz Ann Sonders, estrategista-chefe de investimentos da Charles Schwab, ao CNBC. "Tudo o resto igual, provavelmente move o ponto de início dos cortes nas taxas, que tem sido uma meta móvel, para o final de 2024".

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