Também houve boas notícias quanto à inflação norte-americana.
O resultado do payroll foi melhor do que o esperado pelo mercado: segundos os dados do Bureau of Labor Statistics, liberados nesta sexta-feira (6), a economia dos Estados Unidos criou mais de empregos do que o esperado em abril, em meio ao aumento da inflação e dos temores de uma desaceleração de crescimento.
O payroll, que é a folha de pagamento de funcionários não-agrícolas, cresceu 428.000 em abril. A estimativa da Dow Jones era de 400.000 novas vagas. Já a taxa de desemprego foi de 3,6%, ligeiramente superior à estimativa de 3,5%.
Quanto à inflação, o rendimento médio por hora continuou a crescer, em um nível de 0,3% para o mês, um pouco abaixo da estimativa de 0,4%. Na comparação anual, o lucro cresceu 5,5%, praticamente o mesmo do que em março - porém ainda abaixo do ritmo da inflação.
A medida alternativa de desemprego, que inclui trabalhadores desalentados e aqueles com empregos de meio período por razões econômicas - a taxa de desemprego "real" -, subiu para 7%. Já o desemprego entre negros mostrou um declínio constante, caindo novamente para 5,9%. O desemprego hispânico caiu para 4,1%.
A taxa de participação da força de trabalho, uma medida importante do engajamento dos trabalhadores, caiu 0,2 ponto percentual no mês para 62,2%, o primeiro declínio mensal desde março de 2021.
"A demanda por mão de obra continua muito forte; o problema é a escassez de trabalhadores disponíveis, e o declínio na taxa de participação da força de trabalho em abril pode aumentar as pressões salariais", escreveu para o site CNBC o economista-chefe do PNC, Gus Faucher.
Empregos por setor
Lazer e hospitalidade novamente lideraram o crescimento do emprego, adicionando 78.000 novas vagas. A taxa de desemprego do setor, o mais atingido pela pandemia de covid-19, caiu para 4,8% - a menor desde setembro de 2019. O índice havia atingido o pico de 39,3% em abril de 2020. Já a remuneração horária média do setor aumentou 0,6% no mês, em alta 11% de um ano atrás.
Outros setores que criaram vagas foram indústria, com 55.000; transporte e armazenamento, com 52.000; serviços profissionais e empresariais, com 41.000; atividades financeiras, com 35.000 e assistência médica com 34.000 novas vagas.
O varejo também apresentou crescimento sólido, somando 29.000 novos empregos, principalmente em lojas de alimentos e bebidas.
Dados negativos
A pesquisa de domicílios mostrou um declínio de 353.000 vagas, deixando o nível de 761.000 abaixo de onde estava em fevereiro de 2020, pouco antes do início da pandemia. Foi a primeira queda mensal na pesquisa domiciliar desde abril de 2020.
Os futuros das ações caíram após os resultados.
Segundo o CNBC, o relatório provavelmente fará pouco para influenciar o Federal Reserve a mudar sua atual trajetória de aumentos das taxas de juros. "No geral, com as condições do mercado de trabalho ainda tão fortes – incluindo um crescimento salarial muito rápido – duvidamos que o Fed abandone seus planos hawkish (duros) por causa da atual crise de fraqueza nas ações", disse Paul Ashworth, economista-chefe dos EUA da Capital Economics.
O crescimento do emprego ocorre em meio ao pior trimestre de crescimento na economia dos EUA desde o início da pandemia, e a produção de trabalhadores nos primeiros três meses caiu 7,5% - a maior desaceleração desde 1947. O PIB do país caiu 1,4% no período compreendido entre janeiro e março.
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