Tensão entre Rússia e Ucrânia tem crescido nos últimos meses.
Os Estados Unidos e a Rússia iniciaram negociações em Genebra, na Suíça, nesta segunda-feira (10), e o clima é de tensão, após o aumento de tropas russas próximo ao território da Ucrânia.
O aumento da presença militar na fronteira com a Ucrânia nos últimos meses vem causando desconforto na comunidade internacional. O temor é de que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, pretenda invadir a Ucrânia. A Rússia negou a intenção de invasão e rebateu afirmando ter o direito de colocar tropas em qualquer localização de seu país.
Putin tentou pedir o apoio de Biden, presidente dos EUA, durante as discussões relacionadas à não admissão da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), porém não obteve sucesso.
Para o secretário de Estado Antony Blinken, em entrevista para a CNBC, não se deve esperar progresso nas relações dos Estados Unidos com a Rússia enquanto houverem tensões na fronteira com a Ucrânia.
"A Rússia tem uma arma apontada para o chefe da Ucrânia com 100.000 soldados perto de suas fronteiras", afirmou Blinken.
Conteúdo das negociações
A tensão entre EUA e Rússia aumentou desde a anexação da Crimeia, território que antes era da Ucrânia, pela Rússia, em 2014. A interferência nas eleições dos EUA em 2016 e outras questões também pesam nas negociações.
Os Estados Unidos e seus aliados pretendem aumentar a interferência eleitoral, os acordos de armas com a Ucrânia, além de outras questões relacionadas a negociações de segurança com a Rússia.
De acordo com o porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, em uma coletiva de imprensa, a Rússia levantou a questão da segurança europeia. Segundo Psaki, nas últimas duas décadas, foi a Rússia quem invadiu dois países vizinhos, interferiu em muitas outras eleições e usou armas químicas para "tentar assassinato em solo estrangeiro", além de ter violado acordos internacionais de controle de armas.
Riscos
Wendy Sherman, vice-secretária de Estado dos EUA, está liderando as negociações de seu país, enquanto Sergei Ryabkov, vice-ministro das relações exteriores, será o principal negociador da Rússia. Ryabkov disse, durante as negociações, que buscará garantias legais de que a Otan não irá se expandir para o leste ou posicionará sistema de armas na Ucrânia. Ryabkov disse ainda que a Rússia não fará nenhuma concessão sob pressão.
Segundo a reportagem da CNBC, a maneira como Biden vai lidar com a Rússia e sua contraparte está sendo observada de perto por Fred Kempe, presidente e diretor da Otan. Kempe declarou ao site que esta pode ser a semana mais importante para Biden em toda a sua presidência na perspectiva da política externa.