Após uma série de escândalos, Boris Johnson deixou o cargo nesta terça-feira (6).
A nova primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, assumiu o cargo e fez seu primeiro discurso nesta terça-feira (6). A líder, terceira mulher a assumir a posição no país, prometeu enfrentar nos próximos dias o aumento das contas de energia e a crise do custo de vida.
Truss foi oficialmente nomeada primeira-ministra do Reino Unido após uma reunião durante a manhã com a rainha Elizabeth II no Castelo de Balmoral, na Escócia. Seu antecessor, Boris Johnson, renunciou oficialmente ao cargo no mesmo dia e local - após uma série de escândalos envolvendo aliados.
"Vou lidar com a crise de energia causada pela guerra de Putin", disse Truss a repórteres. E continuou: "Vou tomar medidas esta semana para lidar com as contas de energia e garantir nosso suprimento futuro".
Do lado de fora de sua nova casa de primeira-ministra em Londres, Truss também disse que tem um "plano ousado" para fazer a economia crescer por meio de cortes de impostos e reformas que "impulsionariam o crescimento e o investimento liderados pelos negócios".
A terceira prioridade da ex-secretária de Relações Exteriores será, segundo ela, melhorar os serviços de saúde do Reino Unido. "Estou confiante de que juntos podemos enfrentar a tempestade, podemos reconstruir a economia e nos tornar a brilhante Grã-Bretanha moderna que sei que podemos ser", concluiu Truss em seu primeiro discurso.
Truss venceu o rival Rishi Sunak, ex-ministro das Finanças, na corrida pela liderança do Partido Conservador. O resultado foi anunciado na segunda-feira (5).
Há a esperança de que Truss adote um pacote de estímulo para a energia de 100 bilhões de libras (R$ 500 bilhões de reais) para ajudar o povo britânico a lidar com o agravamento da crise do custo de vida, mas há dúvidas sobre como o pacote poe ser financiado.
"Sem novos impostos" foi um jargão repetido várias vezes por Truss durante sua campanha de liderança conservadora.
O economista Salomon Fiedler, do banco de investimentos Berenberg, foi consultado pelo site norte-americano CNBC e afirmou que implementar um pacote desta magnitude "pode não ser tão fácil". E acrescentou: "Isso não parece uma estratégia consistente com o tempo".
"Outra possibilidade seria financiar o congelamento atual [das tarifas] com uma taxa sobre todos os consumidores de energia no futuro. Mas isso seria, na verdade, um novo imposto, exigindo que Liz Truss voltasse atrás em uma de suas principais promessas", explicou Fiedler.