Inflação ao consumidor fechou 2021 bem acima do teto da meta.
O IBGE informou nesta manhã (11) que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,73% em dezembro, acumulando 10,06% de inflação em 2021 - encerrando 2021 bastante acima do teto da meta e no maior nível desde 2015.
O resultado mantém a pressão sobre o Banco Central (BC), com o temor do mercado de que o cenário de inflação se perpetue. No ano passado, o BC elevou a taxa Selic de uma mínima histórica de 2% para 9,25% ao ano em busca de arrefecer o índice.
Após a liberação dos dados hoje, o dólar abandonou a estabilidade. Com dados mais fortes do que o esperado, a moeda brasileira pode sofrer impacto negativo.
Lado bom
Há analistas que compartilham a percepção de que juros mais altos no Brasil podem beneficiar o real, elevando a rentabilidade do mercado de renda fixa doméstico e atraindo recursos estrangeiros para o país.
Mas a inflação também pode ter um custo elevado à atividade econômica brasileira, na medida em que freia os gastos do consumidor - lembrou reportagem do site Investing.
Às 10h32, o dólar à vista recuava 0,44%, sendo negociado a R$ 5,6475 reais na venda.
Na B3, no mesmo horário, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento estava a -0,30%, negociado a R$ 5,6730 reais.
Os mercados globais seguem à espera de declarações de Jerome Powell, do Federal Reserve, ao Comitê Bancário do Senado dos Estados Unidos. A reunião deve esclarecer os rumos do aperto na política monetária dos EUA, que também têm sofrido com a alta na inflação.
Para além dos acontecimentos desta terça-feira, agentes do mercado financeiro destacaram à Investing riscos políticos e fiscais domésticos como desafios para o Brasil ao longo do ano.
A credibilidade fiscal do Brasil foi prejudicada após o governo ter conseguido alterar a regra do teto de gastos com a PEC dos Precatórios, o que abriu espaço para financiar mais despesas e 2022.
Agora, várias categorias de servidores pressionam a União para receber reajustes salariais, o que faz os investidores temerem contas públicas ainda mais afetadas em 2022.