Índice CPI subiu 0,4%, mesmo com as altas recentes nos juros.
A inflação segue subindo além do esperado nos EUA. Em setembro, o índice de preços ao consumidor (CPI) aumentou 0,4%, acima da estimativa de 0,3% da Dow Jones. O dado, divulgado nesta manhã (13) pelo Departamento do Trabalho norte-americano, afirma que em uma base de 12 meses, a inflação global dos Estados Unidos subiu 8,2% - abaixo do pico de cerca de 9% em junho, mas ainda próximo aos níveis mais altos desde o início da década de 1980.
Excluindo os preços voláteis de alimentos e energia, o núcleo do CPI (índice de inflação mais popular dos EUA) acelerou 0,6%, contra a estimativa da Dow Jones de um aumento de 0,4%. O núcleo da inflação subiu 6,6% em relação ao ano anterior.
Repercussão
O relatório abalou os mercados financeiros, com os futuros do mercado de ações despencando e os rendimentos do Tesouro norte-americano subindo imediatamente. A Nasdaq, bolsa de tecnologia, que já operava em baixa nesta manhã, registrou o maior tombo logo após a notícia: 2,73%.
Aqui no Brasil, quando a notícia foi divulgada, o dólar subiu de R$ 5,20 para R$ 5,36 reais e o Ibovespa caiu 1,45%, provavelmente em decorrência do temor de que os juros voltem a subir com ainda mais força nos EUA.
A ata da última reunião do comitê de política monetária dos EUA (FOMC), divulgada ontem (12), já havia afirmado que os juros norte-americanos devem continuar subindo, até alcançar 4,5% ainda em 2022, o que pode fazer com que os investidores voltem a aplicar no mercado norte-americano, que fica mais atraente com a alta nos juros.
Motivos para a alta na inflação dos EUA
Outro grande salto nos preços dos alimentos foi um dos vilões: o índice subiu 0,8% no mês, o mesmo de agosto, 11,2% em relação ao ano anterior. O aumento anulou a queda de 2,1% nos preços de energia, que incluiu uma baixa de 4,9% na gasolina.
Os custos de moradia, que representam cerca de um terço do CPI, aumentaram 0,7%, 6,6% acima da medição no ano anterior. Os serviços de transporte também mostraram um grande salto, aumentando 1,9% no mês e 14,6% na base anual. Já os custos com assistência médica subiram 1% em setembro.
Ou seja: os preços seguem subindo, apesar dos esforços agressivos do Federal Reserve para controlá-los. O banco central já elevou as taxas de juros de referência em 3 pontos percentuais desde março deste ano.
E você, como acha que o Fed deve agir em sua próxima reunião, no início de dezembro? E quais reflexos espera em seus investimentos? Conte para a gente!