A expectativa do BCE é a de que o indicador recue em 2022.
A inflação na zona do euro bateu recorde no mês de dezembro, fazendo muitas pessoas terem dúvidas sobre a política monetária do Banco Central Europeu (BCE). Dados preliminares divulgados na sexta-feira (7) mostraram que a taxa de inflação por lá chegou a 5% em dezembro - em comparação ao mesmo mês do ano anterior.
O número é o maior já registrado - e segue o recorde histórico medido em novembro deste ano: 4,9%. Segundo especialistas, o aumento foi puxado principalmente pela elevação nos preços de energia.
Segundo uma nota lançada pela empresa de pesquisa Capital Economics, depois de atingir 5% em dezembro, a inflação da zona do euro deve cair este ano "à medida que o componente de energia despenca".
A inflação tem sido uma grande questão na Europa após os aumentos ocorridos nos últimos meses. Muitos gestores de finanças vêm debatendo se o Banco Central Europeu deve ou não assumir uma postura mais agressiva a fim de combater a alta dos preços.
O Banco Central prometeu, no mês passado, cortar suas compras mensais de ativos, mas continuar com seu nível de estímulo econômico - sem precedentes - em 2022.
Segundo o BCE, neste período "a acomodação monetária ainda é necessária para que a inflação se estabilize na meta de 2% no médio prazo".
As projeções da instituição foram atualizadas em dezembro e indicam uma inflação plena de 1,8% nos anos de 2023 e 2024. A entidade ainda espera que a taxa ultrapasse a meta projetada por eles neste ano, chegando a 3,2%.
Economistas alertam que a pandemia e a inflação são um dos maiores riscos para os países em 2022: "Se a inflação disparar mais e as surpresas de alta forem persistentes, os bancos centrais podem ser forçados a pisar no freio", disseram analistas do Berenberg, banco de investimento multinacional.
A inflação vem mostrando ser um problema mundial e alertando especialistas de todo o planeta. No Brasil, o indicador fechou 2021 na casa dos dois dígitos, com a prévia do IPCA-15 em 10,42%. Nos Estados Unidos, o cenário não foi diferente: o país chegou em novembro do ano passado com inflação na casa dos 6,8%, o maior nível em 39 anos.
O euro fechou o pregão de sexta-feira (7) negociado no Brasil na casa dos R$ 6,40 reais.