Os preços ao consumidor subiram 8,5% em julho.
A inflação dos Estados Unidos (EUA) avançou 8,5% em julho em relação ao ano anterior - um ritmo mais lento do que era aguardado em relação ao mês anterior, principalmente por conta da queda nos preços da gasolina.
Em uma base mensal, os preços ficaram estáveis, já que o custo da energia caiu 4,6% e da gasolina caiu 7,7%. A baixa compensou um ganho mensal de 1,1% nos preços dos alimentos e um aumento de 0,5% nos custos com moradia.
Economistas consultados pela Dow Jones previam um aumento de 8,7% na base anual e 0,2% na mensal.
Excluindo os preços voláteis de alimentos e energia, o chamado núcleo da inflação subiu 5,9% ao ano e 0,3% ao mês - também abaixo das estimativas, de 6,1% e 0,5% respectivamente.
Mesmo com os números vindo abaixo do esperado, as pressões inflacionárias continuam fortes no país. O índice de alimentos saltou, com aumento de 10,9% em 12 meses - o ritmo mais rápido desde maio de 1979. No período, a manteiga subiu 26,4%, os ovos 38% e o café mais de 20%.
Apesar da queda mensal no índice de energia, os preços da eletricidade subiram 15,2% em relação ao ano anterior. O índice de energia subiu 32,9% em relação ao ano anterior.
Os preços dos veículos usados registraram uma queda mensal de 0,4%, do vestuário 0,1%, e os serviços de transporte caíram 0,5%, com as tarifas aéreas caindo 1,8% no mês e 7,8% no ano.
Os mercados reagiram positivamente ao relatório, com os futuros vinculados ao Dow Jones Industrial Average subindo mais de 400 pontos e os rendimentos dos títulos do governo caindo.
"As coisas estão indo na direção certa", disse Aneta Markowska, economista-chefe da Jefferies, ao site CNBC. "Este é o relatório mais encorajador que tivemos em algum tempo."
Os custos com moradia, que representam cerca de um terço da ponderação do IPC, subiram 5,7% nos últimos 12 meses.
Os números indicam que as pressões inflacionárias estão diminuindo um pouco, mas ainda permanecem próximas de seus níveis mais altos desde o início dos anos 1980.
Segundo o site especializado CNBC, cadeias de suprimentos entupidas, demanda desproporcional por bens em vez de serviços e trilhões de dólares em estímulos fiscais e monetários relacionados à pandemia se combinaram para criar um ambiente de preços altos e crescimento econômico lento que atormentou os formuladores de políticas econômicas.
Autoridades do Federal Reserve (Fed) estão aumentando as taxas de juros na esperança de reduzir os números de inflação, que seguem bem acima da meta de longo prazo de 2%. O banco central já aumentou as taxas de empréstimo de referência em 2,25 pontos percentuais este ano e mais aumentos devem ser feitos pelo comitê de política monetária.
Embora a inflação tenha acelerado, o Produto Interno Bruto caiu nos dois primeiros trimestres de 2022 - o que indicaria uma recessão, ao menos técnica. A combinação de crescimento lento e aumento de preços é frequentemente associada à estagflação.
Comentários recentes de formuladores de políticas apontaram para um terceiro aumento consecutivo da taxa de juros, de 0,75 ponto percentual, em setembro. Após o relatório de inflação, no entanto, muitos players passaram a apostar na chance de um movimento menor, de 0,5 ponto percentual.
E você, o que achou dos resultados dos EUA?