Inflação dos EUA (IPC) sobe dentro do esperado; o que isso significa?

Dentro da expectativa mensal, índice ficou levemente abaixo do esperado para o ano.

O ciclo de altas nos juros do Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, está chegando ao fim? Há quem acredite que os dados de inflação divulgados hoje (10) pelo Departamento do Trabalho sugiram que sim. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,4% em abril e 4,9% na base anual. Longe da meta do Fed, de 2%, mas bem abaixo dos 9,1% registrados em junho de 2022.

A alta, para o mês, ficou dentro do esperado pelos especialistas de mercado de Wall Street, e, anualmente, ficou abaixo da projeção - que era de 5%.

Excluindo as categorias voláteis de alimentos e energia, o núcleo do IPC - que é a medida de inflação preferida pelo Fed -, subiu 0,4% no mês e 5,5% em relação ao ano anterior, ambos em linha com as expectativas.

As altas, puxadas pelos aumentos com moradia, gasolina e veículos usados, foram compensadas por quedas nos preços de diesel, veículos novos e alimentos em casa.

A inflação persistente dos EUA

A inflação tem se mantido presente na terra do Tio Sam, apesar dos esforços do Fed para reduzir os preços em sua economia. Desde março de 2022, o banco central promulgou 10 aumentos consecutivos nas taxas de juros, totalizando 5 pontos percentuais (p.p), levando as taxas de juros de referência ao seu nível mais alto em quase 16 anos.

Em retrospecto, o relatório fornece boas e más notícias sobre a inflação - no sentido de que ele segue demandando atenção, mas ainda assim, está diminuindo o ritmo.

Os custos com moradia, que representam cerca de um terço do peso do IPC, subiram mais 0,4% no mês - atingindo 8,1% ao ano. Um ganho mensal menor em relação aos aumentos dos meses anteriores, mas ainda bem acima do esperado.

Na alimentação, o quadro é mais otimista: dos seis índices de supermercados usados para calcular os preços dos alimentos, quatro mostraram quedas. O leite caiu 2%, na maior queda mensal desde fevereiro de 2015. Os ovos, um dos que mais subiram em 2022, cederam mais 1,5%, puxando o ganho anual para 21,4%.

Já o salário médio real por hora, ajustado pela inflação, não mudou muito: aumentou 0,1% no mês, caindo 0,5% em relação ao ano anterior.

Reação dos mercados

Os mercados reagiram positivamente às notícias. Os futuros se tornaram positivos, enquanto os rendimentos do Tesouro diminuíram. Às 11h30 da quarta-feira, momento de fechamento desta reportagem, o índice Dow Jones Industrial passou a recuar levemente, -0,15%, aos 33,5 mil pontos, enquanto o S&P 500 seguia avançando 0,34%, aos 4,1 mil pontos e o Nasdaq 100 avançava forte, 1,06%, aos 13,3 mil pontos.

Segundo Quincy Krosby, estrategista-chefe global da LPL Financial, em entrevista ao site especializado norte-americano CNBC, "os relatórios de hoje sugerem que a campanha do Fed para conter a inflação está funcionando, embora mais lentamente do que gostariam [...] mas para os mercados financeiros... a impressão de inflação de hoje é um resultado líquido positivo".

Após os relatórios, as expectativas de aumento nas taxas de juros na próxima reunião do Fed, em junho, descera para 20% em Wall Street, de acordo com o rastreador FedWatch, do CME Group.

Os dados foram divulgados na semana seguinte ao payroll, que trouxe as folhas de pagamento não agrícolas abrindo 253 mil novas vagas em abril, acima das expectativas e indicando que o mercado de trabalho segue aquecido, apesar dos esforços do Fed.

E você, o que espera do Fed em junho? Acompanhe nosso portal para ficar bem-informado a respeito das principais notícias da economia mundial.

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