Inflação desacelera nos Estados Unidos; será suficiente para Fed baixar juros?

O índice de preços ao consumidor (CPI) subiu apenas metade da estimativa da Dow Jones para março.

A inflação dos Estados Unidos desacelerou em março, informou o Departamento do Trabalho norte-americano nesta quarta-feira (12). O índice de preços ao consumidor (CPI) - medida de inflação utilizada pelo Federal Reserve (Fed) -, subiu 0,1% no mês, contra uma estimativa da Dow Jones de 0,2%. Na medida anual, a inflação ficou em 5%, versus a estimativa de 5,1%.

Excluindo alimentos e energia, o núcleo do CPI aumentou 0,4% no mês e 5,6% na comparação anual, ambos dentro das estimativas do mercado. O índice foi o menor desde junho de 2021.

Embora mostre sinais contínuos de desaceleração, a inflação segue acima do desejado pelo Fed. O comitê do banco central que decide os juros norte-americanos (FOMC) têm como meta uma inflação em torno de 2%.

Quedas nos preços

Os custos de energia caíram 3,5% no mês e o índice de alimentos permaneceu inalterado. A alimentação em casa caiu 0,3% - primeira redução desde setembro de 2020. Os preços dos ovos, que sofreram grande alta no último ano, caíram 10,9% no mês, levando a medida anual para uma alta de 36%.

Os custos com moradia subiram 0,6%, a menor alta desde novembro de 2022, mas ainda acumulam um ganho de 8,2% na medida anual.

Os preços dos veículos usados, um dos principais responsáveis para o aumento inicial da inflação, ainda em 2021, caíram mais 0,9% em março, baixando 11,2% na comparação anual.

Reação do mercado

Após a divulgação, os futuros do mercado de ações subiram acentuadamente. Já os rendimentos do Tesouro caíram. Aqui no Brasil, a desaceleração econômica nos EUA baixou o valor do dólar. No fechamento desta reportagem, a divisa era cotada a R$ 4,93 reais.

Fed vai baixar os juros?

De acordo com reportagem do site especializado CNBC, o CME Group estima que 65% dos mercados precificam uma chance de um aumento terminal de 0,25 ponto percentual (p.p.) na taxa de juros do país na reunião de maio do FOMC.

"À medida em que a economia desacelera, os preços ao consumidor vão desacelerar ainda mais e devem aproximar a inflação da meta de longo prazo do Fed de 2%", disse Jeffrey Roach, economista-chefe da LPL Financial nos EUA. "Os mercados provavelmente reagirão favoravelmente a este relatório, à medida em que os investidores ganharem mais confiança de que a próxima reunião do Fed pode ser a última reunião em que o Comitê aumentará a taxa-alvo dos fundos federais", afirmou o especialista.

Background

Ao longo do último ano, o Fed elevou nove vezes a taxa básica de juros norte-americana, para um total de 4,75 p.p. Foi o ritmo de elevação mais rápido em mais de 40 anos. A escassez de trabalhadores também ajudou a elevar os salários e os preços da economia - situação que vêm melhorando nos últimos meses.

O Fed busca o equilíbrio entre política monetária para desaceleração sem levar a economia à recessão. A quebra recente de dois bancos médios no país intensificou o temor do mercado quanto a esse cenário. A próxima reunião do FOMC será nos dias 2 e 3 de maio.

E você, o que espera da próxima reunião do comitê de política monetária dos EUA? Comente conosco!

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