Restrições no uso de dólar e outras moedas dificultam negociações da Rússia.
O presidente russo Vladimir Putin admitiu, nesta segunda-feira (25), que seu país está enfrentando uma "pressão sem precedentes". As sanções impostas pelo Ocidente à Rússia após a invasão da Ucrânia vêm dificultando as negociações internacionais do país, mas Putin afirmou que a economia russa ainda consegue funcionar de maneira estável.
Em discurso transmitido pela rede de TV russa, o presidente da Rússia afirmou que o país tem enfrentado pressões sem precedentes das sanções de países ocidentais. "Após o início da operação militar especial para apoiar as repúblicas populares de Donbass, essa pressão se intensificou ainda mais", afirmou o governante.
Sanções à Rússia
As sanções econômicas aplicadas à Rússia pelos países ocidentais são as mais duras já aplicadas na história e prejudicaram o sistema financeiro do país e reverteram os 30 anos de avanço após a Guerra Fria. A Rússia foi basicamente desconectada do mundo em termos econômicos.
Sobre a situação, o ministro da Economia brasileiro, Paulo Guedes, disse não concordar. A fala foi feita em uma reunião do Fundo Monetário Internacional que ocorreu na semana passada em Washington, nos Estados Unidos.
Os Estados Unidos e a União Europeia (UE) impediram que o banco central da Rússia pudesse negociar dólares, euros e outras moedas estrangeiras de suas reservas. Também foram restringidas as exportações de certas tecnologias para o país e bancos russos foram removidos da rede financeira Swift.
Em março, Putin já havia reconhecido o tamanho de seu problema devido às sanções ocidentais. À ocasião, o presidente russo afirmou que a economia precisaria de "profundas mudanças estruturais" para encarar a "nova realidade".
Segundo Alexei Kudrin, ex-ministro das Finanças da Rússia, o Produto Interno Bruto (PIB) do país pode cair mais de 10% somente neste ano.
Mais de 600 empresas ocidentais já deixaram a Rússia após a ofensiva à Ucrânia, entre elas gigantes da tecnologia, redes de fast food e serviços financeiros - o que fez com que muitos russos precisassem migrar às pressas suas contas para bancos da China.
Ainda assim, Putin reiterou hoje que a economia russa pode funcionar nas circunstâncias atuais. "A economia tem todas as oportunidades de trabalhar de forma estável e sem falhas nesta nova realidade", disse ele.
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