Juros chegaram ao nível mais alto nos EUA desde 2008.
O banco central dos Estados Unidos, Federal Reserve (Fed), aprovou nesta quarta-feira (02) o quarto aumento consecutivo na taxa de juros de sua economia. Foram 0,75% de alta, levando os juros norte-americanos para um intervalo entre 3,75% e 4% - o mais alto patamar desde janeiro de 2008.
O Fed também sinalizou, durante a divulgação da nova taxa, uma possível mudança na forma como abordará a política monetária para reduzir a inflação de agora em diante. O Fed sugeriu que "levará em consideração o aperto cumulativo da política monetária, os atrasos com que a política monetária afeta a atividade econômica e a inflação e os desenvolvimentos econômicos e financeiros".
Com a declaração, os mercados agora esperam um aumento da taxa de meio ponto na reunião de dezembro e, em seguida, aumentos menores em 2023. O aumento da taxa ocorre após as recentes leituras de inflação mostrarem que os preços permanecem perto das máximas de 40 anos.
O FOMC (o comitê de política monetária do Fed) novamente categorizou o crescimento nos gastos e na produção como "modesto" e observou que "os ganhos de emprego foram robustos nos últimos meses" enquanto a inflação é "elevada". O Fed deixou claro que o comitê está "altamente atento aos riscos de inflação".
Com o movimento, crescem as preocupações de que o Fed, em seus esforços para reduzir o custo de vida, também leve a economia à recessão. Jerome Powell, presidente da entidade, disse que ainda vê um caminho para uma "aterrissagem suave", embora a economia dos EUA em 2022 praticamente não tenha apresentado crescimento, mesmo com os aumentos das taxas de juros.
O custo de vida nos EUA subiu 6,2% em setembro em relação ao ano anterior. O PIB caiu no primeiro e no segundo trimestres, atendendo a uma definição comum de recessão; no terceiro trimestre, se recuperou para 2,6%, em grande parte devido a um aumento incomum nas exportações.
Em Wall Street, os mercados estão se recuperando, com a expectativa de que o Fed passe a diminuir os juros. O índice Dow Jones Industrial ganhou mais de 13% em outubro e os rendimentos do Tesouro também atingiram seus níveis mais altos desde os primeiros dias da crise financeira, cerca de 4%.
Não há expectativa relevante de que os aumentos das taxas parem em breve, apenas de que entrem em um ritmo mais lento.
E você, já esperava esse aumento? Tem medo de uma recessão global em 2023? Conte para a gente.