Política do Banco Central norte-americano busca diminuir a inflação substancialmente.
As autoridades do Federal Reserve (Fed) provavelmente não irão recuar nos aumentos das taxas de juros até que a inflação caia substancialmente, de acordo com as atas do encontro de julho que foram divulgadas nesta quarta-feira (17).
Durante uma reunião, o banco central aprovou um aumento de 0,75 ponto percentual na taxa de juros e os formuladores de políticas expressaram determinação em reduzir a inflação - que está bem acima do nível desejado pelo Fed, de 2%.
O FOMC (comitê de política monetária do Fed) não forneceu orientações específicas acerca de aumentos futuros, e disse que observaria os dados com cuidado antes de tomar essa decisão. A precificação de mercado é para um aumento de meio ponto na reunião de setembro.
Os participantes da reunião observaram, no documento, que a faixa de 2,25%-2,50% para a taxa de fundos federais estava em torno do nível "neutro", que não é nem favorável nem restritivo à atividade econômica. Algumas autoridades disseram que uma postura restritiva provavelmente será apropriada, indicando que mais aumentos de juros estão por vir.
"Com a inflação permanecendo bem acima do objetivo do Comitê, os participantes julgaram que a mudança para uma postura restritiva da política era necessária para cumprir o mandato legislativo do Comitê para promover o máximo de emprego e estabilidade de preços", diz a ata.
O documento também refletiu a ideia de que, uma vez que o Fed se sinta confortável com sua postura política e a veja um impacto sobre a inflação, pode começar a tirar o pé do freio.
"Os participantes julgaram que, à medida que a postura da política monetária se tornasse ainda mais restritiva, provavelmente seria apropriado em algum momento desacelerar o ritmo dos aumentos da taxa básica de juros enquanto avaliavam os efeitos dos ajustes cumulativos da política monetária sobre a atividade econômica e a inflação", continua o documento.
O resumo também afirmou que alguns participantes disseram que "provavelmente seria apropriado manter o nível [de aumento] por algum tempo para garantir que a inflação estivesse firmemente em um caminho de volta a 2%".
As autoridades observaram que as futuras decisões sobre taxas seriam baseadas nos dados recebidos, mas afirmaram que havia poucos sinais de que a inflação estava diminuindo - e as atas enfatizaram repetidamente a determinação do Fed em reduzir a inflação.
"Os participantes julgaram que um risco significativo enfrentado pelo Comitê era que a inflação elevada poderia se arraigar se o público começasse a questionar a determinação do Comitê de ajustar suficientemente a postura da política", diz a ata. "Se esse risco se materializasse, complicaria a tarefa de retornar a inflação para 2% e poderia aumentar substancialmente os custos econômicos de fazê-lo".
Embora o Fed tenha tomado medidas sem precedentes de subir três quartos de ponto em reuniões sucessivas, os mercados estão em alta, na esperança de que o banco central possa suavizar o ritmo dos aumentos.
A ata observou ainda que alguns membros temiam que o Fed pudesse exagerar com aumentos de taxas, e ressaltou a importância de não estar vinculado a orientações futuras sobre movimentos e, em vez disso, seguir os dados.
E você, o que achou das sinalizações do FOMC?