Parcela da população endividada superou a marca dos 70%.
A porcentagem de famílias brasileiras endividadas - seja com dívidas em atraso ou não - chegou a 74,6% em outubro de 2021. O patamar é o maior da série histórica da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), que começou a medir o endividamento do brasileiro em janeiro de 2010. Antes de julho de 2021, a parcela da população endividada nunca havia superado a marca dos 70%.
Após o alcance da marca histórica, em julho, a quantidade de endividados não recuou, pelo contrário: segue em alta há 11 meses. Os dados foram divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), no final de novembro.
Em outubro de 2020 os inadimplentes correspondiam a 66,5% das famílias. Já em setembro deste ano, a marca atingiu 74%.
O brasileiro e a inadimplência
Além do endividamento de grande parcela da população, os brasileiros têm entre eles um grande percentual de inadimplentes, que são as famílias que têm contas ou dívidas em atraso. Em outubro deste ano, a porcentagem de brasileiros nessas condições chegou a 25,6%. O número apresenta uma ligeira alta em relação a setembro de 2021, quando o índice foi de 25,5%.
Apesar da alta, houve uma queda um pouco mais expressiva em relação a outubro de 2020, quando o percentual de inadimplentes era de 26,1%.
Já o percentual de famílias que não terão condições de pagar suas dívidas ou contas caiu para 10,1% em outubro de 2021, ficando abaixo dos 10,3% do mês anterior e dos 11,9% de outubro do ano passado.
A parcela média da renda das famílias comprometida com dívidas manteve-se estável, mas alta: em 30,2%. Entre os inadimplentes, o tempo médio de atraso na quitação das dívidas também é o menor desde março de 2021: 61,4 dias.
A maior parte das dívidas dos brasileiros é com o cartão de crédito: 84,9%.
Lidando com o endividamento
Segundo o especialista em educação financeira Alessandro Bam, o ideal para lidar com a situação de endividamento é primeiro parar de pagar qualquer dívida. Depois, seguir esse passo a passo:
- Identificar todas as dívidas e seus custos efetivos totais;
- Verificar qual tem maior juros e maior prazo;
- Listar e priorizar os gastos pessoais. Aluguel, luz, água e etc são gastos essenciais. Restaurante, internet em casa, não são. É importante não confundir;
- Será preciso abrir mão de algumas coisas de início para quitar as dívidas;
- Ligar em todas as assinaturas essenciais que têm - telefone, por exemplo - e negociar planos mais em conta;
- Fazer renda extra em finais de semana. Se fizer "taxa" (trabalho freela em bar, por exemplo) pagam cerca de 100 reais por turno. Se trabalhar quatro sábados em um bar, no fim do mês serão R$ 400 reais a mais no bolso;
- Negociar as dívidas mais caras (com juros mais altos) e quitar com o saldo que sobrou com a reorganização.
E você, tem alguma dica para sair das dívidas? Compartilhe conosco nos comentários!