Por Redação em Segunda, 18 Abril 2022
Categoria: Economia

Devo comprar dólar? Um panorama da moeda segundo o Itaú Asset

Economista explica o papel da moeda americana em uma carteira equilibrada. 

Benjamin Mandel, economista do Itaú Asset Management com grande experiência no mercado americano, está acostumado a pensar no papel dos ativos em uma janela de tempo mais longa e, nesta perspectiva, vê o dólar como essencial em uma carteira de investimentos equilibrada.

Em entrevista ao portal Seu Dinheiro, Mandel explicou que o dólar é um ativo com papel de diversificar, não valendo simplesmente como uma moeda: "Uma posição estrutural comprada no dólar é essencial na busca de um equilíbrio entre diferentes cenários para o investidor brasileiro, mesmo considerando o custo de carrego e a esperada depreciação no futuro".

Mandel vê como portfólio ideal de longo prazo uma carteira com exposição ao risco de maneira equitativa, tanto em cenários de alta quanto de baixa inflação e de crescimento econômico nacional e internacional.

O economista afirmou que o melhor cenário para uma boa performance do dólar é o de baixo crescimento econômico que, segundo os últimos dados divulgados mundialmente, se aproxima.

É hora de comprar dólar?

A resposta curta é sim, embora ainda haja tendência de mais desvalorização da moeda americana. Isto porque, no cenário atual, "nenhuma outra classe de ativos faz o papel de proteção do portfólio tão bem quanto o dólar", segundo Mandel.

"Então, se você perde um pouquinho no dólar quando o real está valorizado, faz parte. Do outro lado da carteira, outros ativos estão se beneficiando da mesma tendência", explica.

Atualmente no patamar de R$ 4,70 reais, Mandel prevê uma queda ainda maior do dólar - na casa dos 15%: "Com todo o ajuste no real nominal, o dólar vai chegar a R$ 4,00 reais no longo prazo. Esse é o valor justo".

Mandel ressaltou que mais uma queda acentuada da moeda americana depende, no entanto, da dinâmica entre os índices de inflação brasileiro e americano.

Segundo o economista, a renda fixa no Brasil vem com "prêmio de risco embutido" - o que "distorce" o equilíbrio entre os ativos. "Mas, no longo prazo, com prêmio de risco mais baixo, isso volta a se equilibrar", afirmou.

E você? Concorda com o economista? Tem o dólar como ativo em sua carteira de investimentos? Conte para a gente!

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