Preço do petróleo no cenário internacional impacta mercado interno brasileiro.
Nesta sexta-feira (11), os caminhoneiros do país iniciaram uma paralisação devido ao aumento do preço do combustível anunciado pela Petrobras. No dia anterior, empresas de transporte já haviam afirmado que seria impossível continuar com os fretes até que os preços fossem restabelecidos.
Nessa paralisação não devem haver bloqueios nas estradas, segundo Marlon Maués, assessor executivo da presidência da Confederação Nacional de Transportadores Autônomos (CNTA), em entrevista ao Estadão. "O aumento fez com que o sistema entrasse em colapso" afirmou Maués.
De acordo com Wagner Jones Almeida, empresário do ramo de transporte de combustível e assessor da CNTA, em entrevista ao mesmo jornal, já havia uma defasagem nos preços do frete de 24% a 25%. "O novo aumento inviabilizou o custo, pois as empresas já não aceitavam reajustar os valores", afirmou Almeida. E completou "agora piorou".
Reflexo da guerra
O conflito entre a Rússia e a Ucrânia está tendo um forte impacto internacional; um deles é o aumento do preço do petróleo, que acabou inviabilizando à Petrobras segurar os reajustes. O preço do petróleo no Brasil, mesmo com as novas alterações, ainda está bem abaixo do mercado internacional.
"O que temos de ter em mente é que não parou por aí. Daqui a pouco vem mais 11% de reajuste", disse Wallace Landim, presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava).
Landim acredita que essa pauta não deve envolver apenas os caminhoneiros, mas a sociedade como um todo: "Como ocorreu em 2013, com as passagens de ônibus, chegou a hora de toda população protestar, pois isso vai acabar no bolso de todo consumidor".
Segundo Landim, a consequência dos aumentos repassados para o frete será o encarecimento dos produtos em geral. Quando questionado pelo Estadão sobre uma paralisação apenas dos caminhoneiros, ele afirmou que isso pode acontecer de uma forma natural, não orquestrada.
Já Maués observou uma certa semelhança na situação atual à de 2018, quando houve a greve dos caminhoneiros. Para ele, há um descontentamento geral com a situação atual, tanto por parte das transportadoras quanto do agronegócio e de outros agentes da sociedade.
Para o assessor executivo, o movimento contrário aos aumentos deve ser em conjunto, já que não são apenas os caminhões que utilizam diesel.
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