Os Barômetros Globais Coincidente e Antecedente da Economia recuaram em junho, após três meses de "relativa estabilidade".
O Barômetro Econômico Global Coincidente caiu 1,4 ponto em junho, para 83,9 pontos. Já o Barômetro Econômico Global Antecedente encolheu 3,3 pontos, para 91,7 pontos.
"A expectativa de retomada mais robusta no nível de atividade após o abrandamento das restrições sanitárias na China no início do ano vem sendo frustrada pela resiliência de desafios à economia mundial. A persistência do processo inflacionário, a continuidade do conflito armado na Europa e restrições de crédito decorrentes de problemas no setor bancário norte-americano já se fazem sentir no desempenho do Barômetro Global Coincidente, assim como geram expectativas de desaceleração adicional ao longo do segundo semestre do ano, o que por sua vez explica o resultado do Barômetro Antecedente em junho", avaliou Paulo Picchetti, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
O Barômetro Coincidente reflete o estado atual da atividade econômica. O Barômetro Antecedente emite um sinal cíclico cerca de três a seis meses à frente dos desenvolvimentos econômicos reais. Os dois indicadores são produzidos pelo Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV) em colaboração com o Instituto Econômico Suíço KOF da ETH Zurique.
No Barômetro Global Coincidente, a região da Ásia, Pacífico & África contribuiu com -1,1 ponto, e a Europa, com - 0,5 ponto. Já o Hemisfério Ocidental impacta positivamente em 0,2 ponto.
"Os três indicadores parecem encontrar certa resistência de alta, refletindo o ritmo ainda moderado de recuperação da economia mundial, influenciado pelos efeitos do aperto monetário generalizado e da incerteza quanto ao ritmo de crescimento da economia chinesa", justificou a FGV.
No Barômetro Global Antecedente, a região da Ásia, Pacífico & África contribui com -3,2 pontos, enquanto a Europa impacta em -1,3 ponto. O Hemisfério Ocidental contribui em sentido contrário, com mais 1,2 ponto.
"O nível dos indicadores, no geral, sugere expectativas mais pessimistas para a atividade na Europa e no Hemisfério Ocidental - motivadas pelo quadro de inflação e a alta taxa de juros - e moderadas para o crescimento econômico na região da Ásia, Pacífico & África", avaliou a FGV.