Instituição receberá R$ 36,6 bilhões de reais do Tesouro Nacional.
Depois de registrar lucro recorde de R$ 85,9 bilhões de reais em 2021, o Banco Central (BC) teve prejuízo de R$ 298,5 bilhões de reais em 2022. O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou na quinta-feira (16) o balanço da instituição no ano passado.
Em 2022, houve prejuízo de R$ 326,5 bilhões de reais referente a operações cambiais, como swap (venda de dólares no mercado futuro) e variação das reservas internacionais. Isso ocorre porque o dólar caiu 5,32% no ano passado, o que provoca perdas na hora de converter as operações cambiais em reais.
O prejuízo só não foi maior porque o Banco Central teve lucro operacional (ganhos com o exercício da atividade) de R$ 28 bilhões de reais no ano passado. Ao somar os resultados cambiais e operacionais, chega-se ao prejuízo de R$ 298,5 bilhões de reais.
Por causa da legislação de 2019, que regulamenta a relação entre o Banco Central e o Tesouro, a destinação dos lucros da autoridade monetária mudou. Do prejuízo total, o Tesouro terá de cobrir somente R$ 36,6 bilhões de reais com títulos públicos. Do restante, R$ 179,1 bilhões de reais serão cobertos com uma reserva de lucros de anos anteriores e R$ 82,8 bilhões de reais, por meio de redução de patrimônio do BC.
O último resultado negativo apurado pelo BC tinha sido referente ao segundo semestre de 2020, quando houve prejuízo de R$ 33,6 bilhões de reais. Na ocasião, o Tesouro não precisou cobrir a perda porque o BC quitou o resultado negativo com as reservas de lucros anteriores. Em 2021, a Lei Complementar 179 alterou a apuração de resultado do BC de semestral para anual.