A presidente do BCE afirmou que são esperadas mais altas nas taxas.
Em face da inflação crescente, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou nesta quinta-feira (27) um aumento de 75 pontos-base em sua taxa de juros - o terceiro aumento consecutivo em 2022. A entidade também reduziu o apoio aos bancos europeus.
O BCE afirmou que está "mudando os termos e condições de suas operações de refinanciamento de longo prazo", conhecidas como "Targeted longer-term refinancing operations" (TLTROs, na sigla em inglês). A ferramenta proporciona aos bancos europeus condições de financiamento atrativas, concebidas para incentivar a concessão de crédito à economia real.
No entanto, com o BCE aumentando as taxas mais rapidamente, os credores europeus estão se beneficiando tanto das TLTROs quanto das taxas de juros mais altas. A situação foi descrita, segundo o site CNBC, como "fornecendo um subsídio aos bancos".
"Durante a fase aguda da pandemia, este instrumento desempenhou um papel fundamental no combate aos riscos negativos para a estabilidade de preços. Hoje, em vista do inesperado e extraordinário aumento da inflação, ela precisa ser recalibrada", disse o BCE no comunicado em que afirma que vai rever o incentivo a partir de 23 de novembro - o que deve aumentar o custo dos empréstimos na região.
Quanto ao "aperto quantitativo", que é a redução do balanço patrimonial do BCE, que equivale atualmente a 8,8 trilhões de euros (R$ 46,5 trilhões de reais), Lagarde afirmou que as condições para a ação serão discutidas em dezembro.
Para isso, a equipe do BCE vai analisar três fatores principais: as perspectivas de inflação, as medidas tomadas até o momento e a defasagem de transmissão – que reflete o "delay" entre as decisões monetárias e seu impacto na economia.
Repercussão da alta de juros
O euro vem caindo em relação ao dólar nos últimos meses e chegou abaixo da paridade (1x1) antes de se recuperar. Já os rendimentos dos títulos do governo europeu caíram após a decisão do BCE.
O aumento da taxa de hoje leva a principal referência do BCE de 0,75% para 1,5% - nível visto pela última vez em 2009, antes da crise da dívida soberana. Antes, o banco central havia aumentado as taxas em 50 pontos base em julho e 75 pontos base em setembro.
O BCE confirmou, após o anúncio, que seu ciclo de aumento de juros ainda não terminou. "O Conselho do BCE tomou a decisão de hoje e espera aumentar ainda mais as taxas de juros, para garantir o retorno oportuno da inflação à sua meta de inflação de médio prazo de 2%", afirmou a entidade. E completou: "A inflação continua muito alta e ficará acima da meta por um período prolongado".
Economistas projetam outro aumento da taxa de 50 pontos base em dezembro. O BCE, no entanto, não indicou o nível de aumentos futuros das taxas. Em setembro, a inflação no bloco de 19 membros ficou em 9,9% e Lagarde já admite a probabilidade de uma recessão.
E você, o que achou do aumento de juros na zona do euro? Acha que ela impactará em seus investimentos?