Caso não tivesse sido oferecido, mais de 17 milhões de pessoas entrariam na linha da pobreza
O auxílio emergencial, programa do governo brasileiro de renda mínima às pessoas mais vulneráveis durante a pandemia da covid-19, evitou o aumento da pobreza no Brasil durante esse período, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com a linha de pobreza do Banco Mundial (R$ 450,00 reais por mês), 24,1% da população do país era pobre em 2020. Já em 2019 esse percentual foi de 25,9%. Porém, segundo dados da Síntese de Indicadores Sociais 2021, caso o governo não tivesse oferecido o auxílio emergencial para a população, o percentual de pessoas pobres em 2020 seria de 32,1% e em 2019, 28,2%.
Segundo Barbara Cobo Soares, analista do IBGE, em entrevista para o site Valor Econômico, "Sem os benefícios dos programas sociais, a gente teria indicadores de pobreza muito mais elevados. A pobreza teria atingido quase um terço da população brasileira e a extrema pobreza chegaria a quase 13%".
O Banco Mundial classifica pessoas em situação de pobreza extrema quando vivem com aproximadamente R$ 155 reais por mês. Sem o programa social do governo, o percentual de pessoas que vivem nessa condição teria aumentado de 9,7% para 12,9%. Porém, com o auxílio disponível, ocorreu uma queda de 6,8% para 5,7%..
Indicadores por região
O comportamento dos indicadores na média do país foi diferente do comportamento analisado por região. Houve uma estagnação no Centro Oeste e Sudeste, além de um aumento da pobreza extrema no Sul. Já no Norte e no Nordeste, houve uma queda da pobreza e da pobreza extrema entre o ano de 2019 e 2020.
Para a analista, o resultado reflete no maior direcionamento de recursos do auxílio emergencial para as regiões Norte e Nordeste, que normalmente são mais vulneráveis, e ainda completou: "o resultado do Brasil foi muito influenciado pelo que aconteceu nas regiões Norte e Nordeste. De fato, foi onde houve o maior direcionamento de recursos dos benefícios sociais emergenciais, até porque são regiões com histórico de nível de pobreza, vulnerabilidade e inserção mais precária do mercado de trabalho".