Redução de estímulos na economia norte-americana deve começar em maio.
"A mamata vai acabar". Frase feita à parte, é isso mesmo o que pode se depreender das atas da última reunião do Fomc, o Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve (Fed), o Banco Central americano.
Segundo os documentos, os planos do Fed são de reduzir o balanço patrimonial da instituição de US$ 95 bilhões de dólares por mês, a partir da próxima reunião, que ocorrerá entre 3 e 4 de maio. Isso significa devolver títulos públicos ao mercado, comprados para conter a inflação, em larga escala.
Autoridades do Federal Reserve discutiram como querem reduzir seus trilhões em títulos em sua reunião de março, com um valor de consenso de cerca de US$ 95 bilhões, conforme mostraram as atas divulgadas nesta quarta-feira (06).
As autoridades concordaram, em geral, que um limite de US$ 60 bilhões de dólares em títulos do Tesouro e US$ 35 bilhões em títulos lastreados em hipotecas sejam liberados, em fases, ao longo de três meses - as informações são do site CNBC.
O que diz a ata do Fomc
Durante a última reunião do comitê, o Fed aprovou seu primeiro aumento da taxa de juros norte-americana em mais de três anos. O aumento de 25 pontos base - um quarto de ponto percentual - elevou a taxa de empréstimo de curto prazo do nível quase zero no qual se encontrava desde março de 2020.
No encontro, as autoridades também discutiram o ritmo dos aumentos das taxas de juros adiante, com os membros inclinados a movimentos mais agressivos (hawkish, em um termo que se refere ao movimento do falcão). Portanto, podem ocorrer aumentos de 50 pontos base nas taxas, já nas próximas reuniões.
"Muitos participantes observaram que – com a inflação bem acima do objetivo do Comitê, riscos inflacionários para cima e a taxa dos fundos federais bem abaixo das estimativas dos participantes de seu nível de longo prazo – eles teriam preferido um aumento de 50 pontos base no intervalo da meta para a taxa de fundos federais nesta reunião", afirma a ata.
Ainda segundo os documentos, foi a incerteza sobre a guerra na Ucrânia que dissuadiu algumas autoridades de seguir o movimento de 50 pontos-base.
Inflação e crescimento econômico
Durante o encontro, acompanhando os movimentos globais, as autoridades do Fed aumentaram drasticamente as perspectivas de inflação e reduziram as expectativas de crescimento econômico.
Jerome Powell, presidente do Fed, disse, em sua entrevista coletiva após a reunião, que as atas forneceriam detalhes sobre o pensamento da instituição acerca da redução do balanço patrimonial, o que ocorreu com a divulgação de hoje.
Fed e títulos públicos
O Fed expandiu suas participações em títulos do governo federal americano para cerca de US$ 9 trilhões de dólares, o equivalente a mais do que o dobro de antes da pandemia. As compras terminaram há apenas um mês, apesar das evidências de alta inflação, além do que os EUA já haviam visto desde o início dos anos 1980.
Agora, os formuladores de políticas públicas vêm se tornando cada vez mais eloquentes em suas opiniões sobre a necessidade de domar a inflação. Lael Brainard disse, na terça-feira (05), que reduzir os preços exigirá uma combinação de aumentos constantes e redução agressiva do balanço patrimonial.
Os mercados agora esperam que o Fed suba as taxas em um total de 250 pontos base até o fim de 2022.
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