Semana será decisiva para o mercado; entenda o que está em jogo.
A semana que passou foi marcada com muitos dados econômicos e vários bancos centrais decidindo por manter ou não suas taxas de juros elevadas. Depois de um rali de seis semanas de alta, parece que os mercados estão chegando em um topo após os investidores interpretarem sinais anteriores do Federal Reseve com um sinal verde para aumentar as apostas em cortes de taxas de juros no próximo ano. O movimento ajudou as ações dos Estados Unidos e da Ásia a obterem os maiores ganhos semanais em um mês. Os operadores de swap, como chamamos de Carry Trader, reduziram as apostas de cortes em 2024 e toda atenção agora vai se voltar para o Japão, com o Banco Central do país iniciando uma reunião de política monetária de dois dias à meia noite desta segunda-feira, 18.
Nos Estados Unidos, será decisivo o PCE (inflação) da sexta-feira para consolidar as expectativas de que o juro começa a cair em março. Alguns Fed boys tentam conter o entusiasmo dos investidores, emitindo alertas de que é cedo pra cantar vitória contra a inflação, mesmo depois de Jerome Powell, o chairman do Fed, avisar que o desaperto já é discutido pelo comitê de políticas monetárias dos Estados Unidos e de o governo conseguir vitórias importantes na agenda econômica do Congresso - que fortaleceram o cenário fiscal.
Falando um pouco sobre Brasil, o saldo de investimentos estrangeiros no mercado secundário da Bovespa, de ações já em circulação, ficou positivo em 2.7 bilhões na quinta-feira, dia 14 de dezembro, conforme dados da B3. Foi uma das maiores entradas diárias no mercado secundário da Bovespa desde 11 de julho, quando o saldo líquido era de 2,9 bilhões de reais - e os investidores estrangeiros seguem forte, com um saldo acumulado no mês em 6.9 bilhões de reais de compras líquidas e modestos 2 milhões em ofertas públicas. Isso explica uma boa parte da alta dos índices na semana passada, fechando o mês em 2,25%, e o apetite maior vem por conta do Banco Central americano sinalizando que encerrou o ciclo de alta de juros - fazendo o mercado passar a projetar queda nas taxas de juros para o começo do ano que vem.
Essa semana será decisiva com o PIB e o PCE para consolidar o fim do ciclo da alta de juros. Vamos ficar de olho. Para mais informações, acesse o Money Now News.
*Alessandro Bam é especialista em macroeconomia da Tradestars.