Entenda a polêmica por trás do projeto controverso.
A Noruega está prestes a dar um passo significativo rumo à mineração em alto mar, tornando-se um dos primeiros países do mundo a aprovar essa prática. O governo norueguês propôs abrir as águas norueguesas para a mineração em grande escala, uma decisão que enfrenta considerável debate e preocupações ambientais.
Na última terça-feira, 16, os legisladores noruegueses votaram a favor da proposta governamental, que já recebeu apoio unânime de todos os partidos no final do ano passado. A iniciativa visa facilitar a remoção de metais e minerais do fundo do oceano, uma estratégia defendida por alguns como essencial para a transição global para fontes de energia mais sustentáveis.
Os defensores argumentam que a mineração em alto mar é menos prejudicial ao ambiente do que a mineração terrestre e é fundamental para atender à crescente demanda por minerais essenciais, como cobalto, níquel, cobre e manganês. Estes minerais desempenham um papel crucial em tecnologias modernas, como baterias de veículos elétricos, turbinas eólicas e painéis solares.
Entretanto, os críticos alertam para os riscos significativos associados à mineração em alto mar, rotulando-a como "extremamente destrutiva". Cientistas ressaltam a dificuldade em prever todos os impactos ambientais dessa prática.
A proposta norueguesa permitirá que empresas solicitem licenças para explorar minerais críticos nas águas nacionais próximas ao arquipélago de Svalbard, uma área vasta que compreende cerca de 280.000 quilômetros quadrados. O governo não tem planos imediatos de iniciar a mineração, preferindo avaliar propostas de licenças caso a caso no parlamento.
A possível aprovação desse projeto coloca a Noruega em desacordo com o Reino Unido e a Comissão Europeia, ambos defensores de uma proibição temporária devido às preocupações ambientais. A Agência Ambiental da Noruega e 120 legisladores da UE criticaram a avaliação de impacto do governo.
Em uma carta aberta, mais de 800 especialistas em ciências e políticas marinhas pediram uma pausa na mineração em alto mar, argumentando que ainda há muito a ser compreendido sobre os habitats e a biodiversidade em águas profundas. A carta destaca a necessidade de pesquisas mais robustas para avaliar os riscos envolvidos, ressaltando a importância do oceano e alertando para a potencial perda irreparável de biodiversidade e ecossistemas.
Em meio a essas considerações, fica evidente que a decisão da Noruega sobre a mineração em alto mar não é apenas uma questão local, mas uma escolha que reverbera globalmente, exigindo cuidadosa reflexão sobre seus impactos futuros.
*Gustavo Nunes é Analista CNPI-T 3656.
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