Será que é hora de comemorar ou de ter cautela?
Neste post, discutiremos as possíveis mudanças no cenário fiscal do Brasil nos próximos anos e como isso pode impactar diretamente o seu bolso. Falaremos sobre as tendências econômicas e possíveis medidas do governo que podem afetar a sua vida financeira.
Quando o governo do PT ganhou as eleições, acreditávamos que eles poderiam crescer apenas gerando mais gastos. Não que o governo tenha mudado o discurso, mas com o plano do arcabouço fiscal, ajudou a controlar os ânimos, longe de ser a solução ideal pois permite crescimento real de despesas que acaba aumentando a dívida, mas pelo menos gera uma luz no fim do túnel por se tratar de um governo com medidas mais populares para assegurar o crescimento do Brasil independente do fiscal. A maioria dos economistas do PT não enxerga que o controle fiscal é uma coisa importante, pelo contrário, eles acreditam que tem quem gastar mais para estimular a economia.
O que acontece, é que toda essa ideia de surpresa positiva é muito relativa, depende muito da perspectiva do analista, que como qualquer funcionário / empreendedor traz para a realidade do seu business. No fundo, os economistas não querem que o Brasil vire uma Argentina, pois com esse crescimento do PIB medíocre, entre 1,5 – 3%, dá para ganhar dinheiro no Brasil.
No comparativo com outros países emergentes, o Brasil acaba se destacando, por isso que o mercado tem uma visão mais otimista. Nos acostumamos tanto ao cenário de estagnação econômica, que crescer entre 1,5 – 3% é muito bom.
Acredito que a condição fiscal do Brasil é muito preocupante, em um médio / longo prazo não vejo o país ter um equilíbrio fiscal que assegure que a dívida publica vai estar sob controle. A questão é que as medidas tomadas nesse governo vão estourar nos próximos anos, e sempre que um governo mais popular tenha o pensamento de gastar mais do que arrecadar, sabemos como isso impacta no bolso das pessoas; ele precisa recorrer a empréstimos para cobrir o rombo nas contas públicas. Afinal, o governo precisa arrecadar mais impostos para conseguir pagar suas dívidas. Essa situação fiscal delicada pode gerar um ciclo vicioso, onde o governo precisa aumentar impostos para cobrir as despesas, o que pode afetar diretamente o seu orçamento mensal.
O país tem a capacidade de crescer muito mais? Com certeza, mas só de não ser uma recessão já é uma vitória, pois mantem o desemprego baixo e a perspectiva é que seja gerado mais empregos a cada ano.
A inflação tende a continuar desacelerando. Caso isso aconteça, o Banco Central vai continuar a cortar as taxas de juros, e isso volta a aquecer a economia, pois juros baixos são um estímulo essencial para a economia.
Enfim, mesmo com a perspectiva fiscal no médio / longo prazo bem desalinhada, no cenário de curto prazo, especificamente falando em 2024, o Brasil tende a continuar crescendo mais do que os outros países emergentes. Isso, além de trazer mais investimentos internacionais, em conjunto com o cenário de inflação mais baixa e corte de juros, tende a beneficiar os investimentos no próximo ano. Mas não comemore tanto, pois uma hora a conta chega, e já sabemos quem paga essa conta!
*João Vitor, também conhecido como Pipo, é responsável pela direção de operações da TradeStars em Curitiba.
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